Depois de um encontro esta tarde com o primeiro-ministro grego, Jean-Claude Juncker avançou aos jornalistas que os ministros das Finanças da zona euro “só aceitam que um financiamento suplementar seja acordado com a Grécia, com a garantia de condições limitadas”, cita a agência AFP.

Juncker limitou-se a referir que o empréstimo adicional vai implicar a participação do sector privado, sem, contudo, adiantar mais pormenores sobre o processo.

Entretanto, a União Europeia e o Fundo Monetário Internacional confirmaram também que a quinta tranche do empréstimo de 110 mil milhões de euros acordado em Maio do ano passado com Atenas será entregue em meados de Julho. O envio de mais uma parte do empréstimo esteve em risco, depois de a oposição grega ter chumbado o novo plano de austeridade do executivo de George Papandreou.

As autoridades externas acabaram por aceder ao envio dos 12 mil milhões de euros no próximo mês, mas reclamando como contrapartida serem ainda acertadas agulhas quanto às modalidades do reembolso do empréstimo e mantendo a exigência de Atenas avançar rapidamente com um amplo processo de privatizações.

Neste quadro, disse Juncker, referindo-se ainda ao pacote financeiro suplementar, “é evidente que não haverá uma saída da Grécia da zona euro ou que [o país] entrará em incumprimento” da sua dívida.

Da intervenção de Juncker não ficou, no entanto, claro se o novo pacote implicará uma reestruturação da dívida do actual empréstimo, nomeadamente um prolongamento do prazo da ajuda ou uma renegociação das condições da sua concessão. Foi o próprio presidente do eurogrupo, há semanas, a defender uma reestruturação “suave” da dívida helénica, como forma de responder à crise da dívida soberana do país.

A garantia do financiamento pela União Europeia e o FMI foi dado precisamente quando está concluída a missão internacional que a troika (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e FMI) cumpria em Atenas, a avaliar a implementação do programa de ajustamento.

Sem referir tratar-se de um novo pacote de empréstimo, o Governo grego já tinha dito hoje, em comunicado, que “documentos relevantes” serão em breve aprovados em Conselho de Ministros e depois submetidos no Parlamento grego.

A expectativa criada à volta da resposta europeia à crise grega fez os juros das Obrigações do Tesouro corrigir os valores dos últimos dias nos mercados de dívida secundários. Nas principais maturidades – de curto e longo prazo – as taxas praticadas baixavam ligeiramente, com a excepção dos juros a dois anos. Nas maturidades a dez e a cinco anos, seguiam às 18h30 nos 16,17 por cento e nos 16,83 por cento, respectivamente, enquanto a cinco e a três estavam acima dos 23 por cento.

Última actualização às 18h38